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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O inacabado que há em mim.

Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina. Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo.


O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.


Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nessa hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.


Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil. Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão. Eu sou inacabado. Preciso continuar.


Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim.

Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim. Sem culpas.

Padre Fábio de Melo



sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Tudo posso n'Aquele que me fortalece!

Aquilo que não cai pela força do tempo é porque está fincado no chão com raízes profundas. "Tudo posso n’Aquele que me fortalece" é uma frase bonita, todos nós teríamos o direito de dizê-la, mas para que ela realmente aconteça dentro de nós ela precisa ter bastidores, o tempo de preparo. 

Por que a Igreja nos pede uma hora de jejum antes da comunhão? Para que nosso corpo se prepare para receber Jesus. O tempo de preparo é importante para o crescimento de uma pessoa.
A destruição do ser humano começa quando colocamos soldados para trabalharem de modo contrário ao que nos salva. Deus não tem outro desejo para a humanidade, a não ser salvá-la, para que esta possa dizer: "Tudo posso n’Aquele que me fortalece".
Não existe possibilidade de sermos grandes como homens de fé se não soubermos viver o tempo da espera. O meu "tudo posso" está em conexão com minha atitude, eu acolho para minha carne o desejo de Deus para minha vida.

As forças que o enfraquecem batem à sua porta e são sedutoras. Para estar em Deus é preciso viver o exercício da vontade, e a graça de Deus fortalece a nossa vontade para que possamos dizer “não” ou “sim”. 

Nós nos esquecemos de que devemos nos preparar para ser pais, mães, ter uma boa família, assim como padre se prepara para ser um bom padre. Quando nós temos uma sociedade despreparada o resultado é catastrófico.
“Tudo posso n’Aquele que me fortalece”, essa frase tem que ter o sacrifício nosso de cada dia. Às vezes, acho que estamos amortecidos, as coisas ruins estão acontecendo e não fazemos nada. Não podemos fazer nada se Deus está fora de nossa vida.

Não adianta nada você oferecer a regra para quem não quer obedecer, se antes, você não oferecer amor a essa pessoa. Se o vício nos escraviza precisamos propor o que nos liberta. Quando você descobre que Jesus lhe ensina coisas boas, que não há nada melhor nesta vida do que saber que Ele o ama e lhe quer bem, você se sente bem.

Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória” (Colossesenses 3, 1-4).

Quando queremos alguma coisa, nós lutamos. O vício só vai embora, quando queremos ser libertos de verdade. Quer livrar-se da depressão? Queira isso de verdade, com todos os sacrifícios que serão exigidos de você para se libertar.
Nós, muitas vezes, queremos um Cristianismo "light", uma vida "light"... Não queremos sacrifícios. Eu tenho medo da religião que nos acomoda. O nosso sacrifício de Quaresma, por exemplo, tem que estar ligado a algo em nós que precisa de mudança, nós sabemos aquilo que nos aprisiona e não nos deixa ir para o céu.
Eu quero alcançar a libertação a que eu tenho direito. Ninguém pode tratá-lo como lixo, por isso você tem que ser seletivo naquilo que entra em seu coração.

Onde seus pés estão presos? O que o impede de dizer “tudo posso”? Está lhe faltando preparo? Peça a Deus que o fortaleça para iniciar esse tempo de preparo em sua vida. Muitas vezes, só podemos dizer “tudo posso” quando alguém segura a nossa mão.



Padre Fábio de Melo.






segunda-feira, 5 de setembro de 2011

"Eu sou a tua paz!"

Olá pessoal! Fiquei um tempo sem aparecer por aqui, peço desculpas, mas foram semanas de correrias pra mim, com a JMJ, com minha viagem a São Paulo, com a minha volta a JP...
Mas hoje eu posto, e posto uma música que conheci na Jornada Mundial na Juventude, num show de Davidson Silva. Foi a música que mais tocou meu coração lá, e quando escuto lembro daquele momento maravilhoso de entrega, que vivi enquanto ele tocava essa música. Depois, em outro post, falo mais sobre a JMJ e coloco fotos!

"Por muito tempo não acreditei, me escondi, duvidei! Se tudo ao meu redor era ausência Tua, já não ouvia mais a Tua voz..."
Todos nós passamos por um momento de falta de fé, seja ele pequeno ou grande. Todos nós duvidamos, um dia, do amor de Deus por nós. E a gente acaba se escondendo, esquecendo de procurar a fonte de amor, que é Jesus! E pra piorar, tudo ao seu redor é "feio", é "vazio"... Amizades superficiais, relacionamentos ruins, traição, briga, desamor, desunião... Então, tem uma hora que você simplesmente procura Deus alí no meio, e não O acha... Mas Ele estava ao seu lado, esperando sua volta...

"Só acreditarei se eu tocar o Teu lado aberto, e sentir pulsar a alegria dos que creem em Ti, poder ouvir a Tua voz dizendo-me..."
E então você pede uma prova a Deus, um sinal, uma confirmação do amor dEle. Tomé não acreditou, ele precisava ver para crer que Jesus tinha ressussitado. Ele então diz que acreditaria se colocasse o dedo na ferida aberta de Jesus, e assim, quando Jesus aparece pra ele, ele coloca então o dedo no lado aberto de Jesus...
Quantas vezes, nós dizemos "só acredito se acontecer comigo!" para tantas coisas?! Muitos de nós conhece o Criador somente em palavras, e as pessoas que vivem uma experiência de encontro com Deus, percebe que Ele sempre esteve e está ao seu lado! O amor que Ele sente por nós é tão grande! E o que nasce em nós é tão forte que só vivendo pra saber! Nossa vontade depois de provar esse amor, é VIVER DESSE AMOR!

"Põe aqui tua mão, torna-te um homem de fé, toca o meu coração e o medo se vai! Eu voltei pra ti, por tanto te amar, toca o meu coração, EU SOU A TUA PAZ!"
É isso que provamos quando nós nos tornamos uma pessoa de fé, o medo simplesmente se vai! Porque com Deus, somos mais que vencedores, e nada nem ninguém pode nos derrotar, porque nossa PAZ é CRISTO, que vive e reina! Quando provamos desse amor, nós queremos viver por Ele, e por isso buscamos nos aproximar dessa fonte de felicidade, de amor. Nós buscamos a santidade, queremos ser santos! Queremos ser diferentes do mundo, queremos mostrar ao mundo que nós podemos viver nesse mundo sem sermos mundanos...



ORAÇÃO:
Meu Senhor, hoje eu atendo o Teu chamado, pois Tua voz queima meu coração! Como posso eu querer, Senhor, que Tu realize meus sonhos e meus planos, se eu não vivo aquela verdade que aprendi? Se minha vida passa longe da Tua verdade? Coloca em mim, meu Deus, o desejo de ser TODO TEU! Me atrai Senhor, ao Teu coração, onde eu sei que sentirei PAZ! Ali eu sei que serei fortalecida, que sairei agraciada! Quem me impedira? TODAS AS COISAS COOPERAM PARA O BEM DAQUELES QUE TE AMAM! Eu Te amo, eu Te sigo! EU CREIO!









sexta-feira, 22 de julho de 2011

Amizade: A dificuldade da reaproximação.

Ninguém gostaria de viver tendo apenas uma pessoa como amiga, pois, sabemos que quanto maior o nosso círculo de amizades, tanto maiores serão as oportunidades de aprendizado a partir da vivência com cada um delas. Às vezes, preferiríamos viver numa ilha, isolados de tudo e de todos, especialmente, quando experimentamos as asperezas dos desentendimentos, comuns e pertinentes, em nossas amizades.
Quem se abre aos relacionamentos deverá estar sempre disposto a resgatar a saúde do convívio, mesmo quando inúmeras situações indiquem, como válvula de escape, a facilidade da fuga.
Em todos os nossos compromissos não viveremos apenas as alegrias das festas e o calor dos abraços saudosos daqueles que nos amam e consideram a nossa presença importante, mas também, as dificuldades. Ainda que houvesse muitos momentos de júbilo em nossas convivências e confraternizações, seguramente, haverá, também, momentos em que preferiríamos romper com a amizade e fugir do mapa.
É verdade que somente nos desentendemos com aqueles que realmente convivemos e, de maneira especial, quando as coisas não vêm ao encontro das nossas cômodas intenções. Em certas ocasiões, surge ainda o desejo de pegar um dos nossos amigos pelo pescoço, chacoalhá-lo e jogá-lo contra a parede. Certamente, tal vontade teria de ser controlada, já que esses sentimentos tendem a desaparecer com a mesma velocidade com que emergiram no calor dos ânimos exaltados.
Tal como as ondas do mar roubam as areias sob os nossos pés, as desavenças, impaciências, irritações, invejas solapam os alicerces das nossas amizades. Penso não existir coisa mais descabida numa relação pessoal que o ato de "dar um gelo" ou, como alguns preferem dizer, "matar fulano no coração", isto é, esquecê-lo.
Pelos motivos acima apontados, muitas vezes, ferimos os sentimentos daqueles com quem convivemos; talvez, na mesma intensidade de uma agressão física.
Ignorar, mudar de calçada ou desconsiderar a presença de alguém, que antes fazia parte de nosso círculo de amizade, faz com que retrocedamos ao tamanho das picuinhas dos seres mais ínfimos que podemos imaginar. Seríamos injustos se comparássemos tais atitudes ao comportamento infantil; pois na pureza peculiar de crianças sabemos que logo após seus acessos de raiva, instantaneamente voltam à amizade sem nenhum ressentimento ou mágoa.
Para nós adultos, reviver a aproximação com alguém que tenha nos ferido, não é uma atitude fácil. Ninguém é superior o bastante para estar livre dos erros e deslizes contra a harmonia de suas amizades. Podemos ser vítimas, também, de nossos próprios acessos, que refletidos em atos potencializados pela ira, descontentamento ou ciúme, tenham decepcionado um amigo com nossas grosserias ou indiferenças.
O restabelecimento desses abalos em nossas relações, ainda que não seja fácil, poderá ser possível quando tomarmos a iniciativa da reaproximação, por exemplo, a partir das atividades ou coisas que eram vividas em comum.
"Aquele que não errou que atire a primeira pedra..." Assim, nos colocando na mesma condição – sujeito aos mesmos erros – justificaremos a atitude do destrato sofrido, não como sendo um comportamento próprio do nosso amigo, mas como resultado de uma faceta ainda desconhecida dentro do nosso convívio que precisará ser trabalhada.
Deus abençoe o seu esforço,

Dado Moura
(artigo extraído do livro: Relações sadias, laços duradouros)



segunda-feira, 18 de julho de 2011

É possível superar!

Virtuoso na vida é quem sabe fazer uso até dos próprios sofrimentos para crescer. Lutas e dores todos enfrentamos, contudo, nem sempre todos conseguem destas extrair a vida e o conhecimento devidos.
É penoso ver desmoronar nossos sonhos e idealizações. Mais angustiante ainda é ver a vida passar, sabendo que perdemos algumas tão sonhadas oportunidades… Principalmente no tocante às pessoas que nos são caras. A saudade de quem se ama, se não for bem digerida e saboreada, deixa no coração centelhas de ausência e abstração.
Não há flores no inverno, entretanto, o frio também possui sua específica beleza. Ele possibilita a reflexão acerca da falta que nos faz as cores da primavera.
Momento de dor é momento de crescer, de se cuidar e, singularmente, de valorizar o que se tem e o que se é. O sofrimento é uma fina oportunidade para repensarmos a vida e nos avaliarmos, colocando cada coisa em seu devido lugar.
O silêncio e o vazio – que a ausência e suas nuances provocam em nós – é por vezes desesperador, porém, diante dessa realidade temos a oportunidade de juntar nossos "pedaços existenciais" e recomeçar.
Até mesmo o Nazareno chorou quando experienciou a dor provocada pela morte de Seu amigo Lázaro. Ele enfrentou, como nós, a dor da perda, revelando-nos que não é proibido sofrer e chorar. Diante de tais desventuras temos o direito de sofrer, mas, não de estacionarmos em nossa dor. Ao contrário, somos convidados a conscientemente construir os alicerces para sua superação.
Todos perdemos em um determinado momento de nossa história: amigos, amores, empregos, entes queridos, enfim, perder é uma realidade própria de quem é gente. Quem só quer vencer na vida nunca se permitirá crescer com o ensinamento que somente a perda pode lhe acrescentar.
A maturidade se esconde no ato de quem não entrega à revolta e que busca não “entregar os pontos” diante de perdas e dores. Quem não estaciona na tragicidade da ausência, mas procura empregar/construir um sentido à sua dor, terá sempre a concreta possibilidade de no céu dos dias alçar voos bem mais altos…
Muitos dos grandes vitoriosos da história alcançaram seus êxitos a partir de momentos de grande tribulação. Estes souberam fazer do sofrimento um “trampolim” que os possibilitou avançar e crescer.
O próprio Jesus nos ensina a crescer com a dor. A Sua grande vitória, a Ressurreição, teve por alicerce a cruz e a desventura evidenciando assim que a cruz não é somente um lugar de morte, mas também de vida e superação.
Cruz é lugar de superação e vida nova. E no madeiro não estamos sozinhos, pois o Crucificado por excelência se aventura conosco, nos revelando – no auge da dor e penumbra – que existe sempre uma maneira concreta para crescer e superar.
É possível superar, sempre o é!

Diácono Adriano Zandoná


quinta-feira, 14 de julho de 2011

10 CONSELHOS DE BENTO XVI AOS JOVENS.


1) Conversar com Deus
“Algum de vós poderia talvez identificar-se com a descrição que Edith Stein fez da sua própria adolescência, ela, que viveu depois no Carmelo de Colônia: “Tinha perdido consciente e deliberadamente o costume de rezar”. Durante estes dias (de Jornada Mundial da Juventude) podereis recuperar a experiência vibrante da oração como diálogo com Deus, porque sabemos que nos ama e, a quem, por sua vez, queremos amar”.
2) Contar-lhe as penas e alegrias
“Abri o vosso coração a Deus. Deixai-vos surpreender por Cristo. Dai-lhe o ‘direito de vos falar’ durante estes dias. Abri as portas da vossa liberdade ao seu amor misericordioso. Apresentai as vossas alegrias e as vossas penas a Cristo, deixando que ele ilumine com a sua luz a vossa mente e toque com a sua graça o vosso coração.
3) Não desconfiar de Cristo
“Queridos jovens, a felicidade que buscais, a felicidade que tendes o direito de saborear, tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, oculto na Eucaristia. Só ele dá plenitude de vida à humanidade. Dizei, com Maria, o vosso ‘sim’ ao Deus que quer entregar-se a vós. Repito-vos hoje o que disse no princípio de meu pontificado: Quem deixa entrar Cristo na sua vida não perde nada, nada, absolutamente nada do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade se abrem de par em par as portas da vida. Só com esta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta. Estai plenamente convencidos: Cristo não tira nada do que há de formoso e grande em vós, mas leva tudo à perfeição para a glória de Deus, a felicidade dos homens e a salvação do mundo”.
4) Estar alegres: querer ser santos
“Para além das vocações de consagração especial, está a vocação própria de todo o batizado: também é esta uma vocação que aponta para um ‘alto grau’ da vida cristã ordinária, expressa na santidade. Quando encontramos Jesus e acolhemos o seu Evangelho, a vida muda e somos impelidos a comunicar aos outros a experiência própria (…). A Igreja necessita de santos. Todos estamos chamados à santidade, e só os santos podem renovar a humanidade. Convido-vos a que vos esforceis nestes dias por servir sem reservas a Cristo, custe o que custar. O encontro com Jesus Cristo vos permitirá apreciar interiormente a alegria da sua presença viva e vivificante, para testemunhá-la depois no vosso ambiente”.
5) Deus: tema de conversa com os amigos
“São tantos os nossos companheiros que ainda não conhecem o amor de Deus, ou procuram encher o coração com sucedâneos insignificantes. Portanto, é urgente ser testemunhos do amor que se contempla em Cristo. Queridos jovens, a Igreja necessita autênticos testemunhos para a nova evangelização: homens e mulheres cuja vida tenha sido transformada pelo encontro com Jesus; homens e mulheres capazes de comunicar esta experiência aos outros”.
6) No Domingo, ir à Missa
“Não vos deixeis dissuadir de participar na Eucaristia dominical e ajudai também os outros a descobri-la. Certamente, para que dela emane a alegria que necessitamos, devemos aprender a compreendê-la cada vez mais profundamente, devemos aprender a amá-la. Comprometamo-nos com isso, vale a pena! Descubramos a íntima riqueza da liturgia da Igreja e a sua verdadeira grandeza: não somos os que fazemos uma festa para nós, mas, pelo contrário, é o próprio Deus vivo que prepara uma festa para nós. Com o amor à Eucaristia redescobrireis também o sacramento da Reconciliação, no qual a bondade misericordiosa de Deus permite sempre que a nossa vida comece novamente”.
7) Demonstrar que Deus não é triste
“Quem descobriu Cristo deve levar os outros para ele. Uma grande alegria não se pode guardar para si mesmo. É necessário transmiti-la. Em numerosas partes do mundo existe hoje um estranho esquecimento de Deus. Parece que tudo anda igualmente sem ele. Mas ao mesmo tempo existe também um sentimento de frustração, de insatisfação de tudo e de todos. Dá vontade de exclamar: Não é possível que a vida seja assim! Verdadeiramente não”.
8) Conhecer a fé
“Ajudai os homens a descobrir a verdadeira estrela que nos indica o caminho: Jesus Cristo. Tratemos, nós mesmos, de conhecê-lo cada vez melhor para poder conduzir também os outros, de modo convincente, a ele. Por isso é tão importante o amor à Sagrada Escritura e, em consequência, conhecer a fé da Igreja que nos mostra o sentido da Escritura”.
9) Ajudar: ser útil
“Se pensarmos e vivermos inseridos na comunhão com Cristo, os nossos olhos se abrem. Não nos conformaremos mais em viver preocupados somente conosco mesmo, mas veremos como e onde somos necessários. Vivendo e atuando assim dar-nos-emos conta rapidamente que é muito mais belo ser úteis e estar à disposição dos outros do que preocupar-nos somente com as comodidades que nos são oferecidas. Eu sei que vós, como jovens, aspirais a coisas grandes, que quereis comprometer-vos com um mundo melhor. Demonstrai-o aos homens, demonstrai-o ao mundo, que espera exatamente este testemunho dos discípulos de Jesus Cristo. Um mundo que, sobretudo mediante o vosso amor, poderá descobrir a estrela que seguimos como crentes”.
10) Ler a Bíblia
“O segredo para ter um ‘coração que entenda’ é edificar um coração capaz de escutar. Isto é possível meditando sem cessar a palavra de Deus e permanecendo enraizados nela, mediante o esforço de conhecê-la sempre melhor. Queridos jovens, exorto-vos a adquirir intimidade com a Bíblia, a tê-la à mão, para que seja para vós como uma bússola que indica o caminho a seguir.Lendo-a, aprendereis a conhecer CristoSão Jerônimo observa a este respeito: ‘O desconhecimento das Escrituras é o desconhecimento de Cristo’”.
Fonte: opusdei.org.br /
destrave.cancaonova.com/10-conselhos-de-bento-xvi-aos-jovens/





segunda-feira, 11 de julho de 2011

São Bento, história e medalha.

HISTÓRIA:
São Bento nasceu por volta do ano 480 na província de Núrsia - Itália. Era de uma família de alta nobreza e com uma sólida formação familiar cristã, mas renunciou aos estudos superiores, escandalizado com a vida imoral que encontrou em Roma.
Nesse tempo, na Itália, não existiam ainda mosteiros como no Oriente e na França, então resolveu retirar-se para as montanhas, onde escolheu uma gruta no penhasco inacessível de nome Subiaco, e viveu em meditação e oração durante 3 anos.


Aos 40 anos havia adquirido maturidade para seu projeto de vida. Dirigiu-se para Monte Cassino, no Sul de Roma, onde construiu o mosteiro que se tornou o maior centro propulsor da vida beneditina de todos os tempos. O objetivo da Regra de São Bento era formar cristãos perfeitos, seguindo os ensinamentos de Jesus. Fatores importantes eram também o equilíbrio e a moderação. Havia uma dosagem na medida entre os horários reservados às atividades espirituais como oração, meditação, estudos, e ao tempo reservado a trabalhos manuais. "Ora et Labora", ou seja, "Reza e Trabalha", era o seu lema. O convívio fraterno completava o equilíbrio.


Durante a vida, São Bento curou doentes e enfrentou tiranos. Possuia também o dom da profecia, através do qual anunciava acontecimentos futuros com indiscutível precisão. De sua morte, sabe-se que morreu consciente, pois sabia a hora de sua chamada, tanto que seis dias antes mandou preparar o seu túmulo. Doente e com o corpo abatido pelas severas penitências, dirigiu-se à Celebração Eucarística, comungou, e morreu de pé, sustentado por seus discípulos, no dia 21 de março de 547, aos 67 anos de idade. Mesmo depois de morto ainda realizou, por meio de seus filhos espirituais, uma obra civilizadora e evangelizadora colossal.
O Papa Pio XII chamou-lhe, a justo título, Pai da Europa. São Bento servia-se do sinal da cruz para fazer milagres e vencer as tentações. Daí, veio o costume muito antigo, de representá-lo com uma cruz na mão.

A MEDALHA:
A origem desta medalha se fundamenta em uma verdade e experiência do cunho espiritual que aparece na vida de São Bento tal como a descreve o papa São Gregório no Livro II dos Diálogos. O pai dos monges usou com frequência do sinal da cruz como sinal de salvação, de verdade, e purificação dos sentidos. São Bento quebrou o vaso que continha veneno com o sinal da cruz feito sobre ele. Quando os monges eram perturbados pelo maligno, o santo mandava que fizessem o sinal da cruz sobre seus corações. Uma cruz era o selo dos monges na carta de sua profissão quando não sabiam escrever. Tudo isso não faz mais que convidar seus discípulos a considerar a santa cruz como sinal benfeitor que simboliza a paixão salvadora do Senhor, porque se venceu o poder do mal e da morte.

A medalha tal como hoje a conhecemos, remonta ao século XII ou XIV ou talvez a uma época anterior de sua história. No século XVII, em Nattenberg, na Baviera, em um processo contra umas mulheres acusadas de bruxaria, elas reconheceram que nunca haviam podido influir malignamente contra o mosteiro beneditino de Metten porque estava protegido por uma cruz. Feitas, com curiosidade, investigações sobre essa cruz, descobriram que nas paredes do mosteiro estavam pintadas várias cruzes com algumas siglas misteriosas que não puderam ser decifradas. Continuando a investigação entre os códices da antiga biblioteca do mosteiro, foi encontrada a chave das misteriosas siglas em um livro do século XIV. Assim sendo, entre as figuras aparece uma de São Bento segurando com a mão direita uma cruz que continha parte do texto que se encontrava só em suas letras iniciais nas hastes das cruzes pintadas nas paredes do mosteiro de Metten, e na esquerda portava una bandeirola com a continuação do texto que completava todas as siglas até àquele momento misteriosas.

O papa Clemente XIV, em março de 1742, aprovou o uso da medalha que havia sido tachada anteriormente, por alguns, de superstição. Dom Gueranger, liturgista e fundador da Congregação Beneditina de Solesmes, disse que o costume de a imagem de são Bento aparecer com a santa Cruz, confirma a força que esse poder obteve em suas mãos. A devoção dos fiéis e as muitas graças obtidas por ela é a melhor mostra de seu autêntico valor cristão.


C. S. P. B.         Crux Sancti Patris Benedicti.    Cruz do Santo Pai Bento
C. S. S. M. L.    Crux Sacra Sit Mihi Lux.          A Cruz Sagrada seja minha luz
N. D. S. M. D.    Non Draco Sit Mihi Dux.          Não seja o dragão o meu guia
V. R. S.             Vade Retro Satana.                  Afasta-te Satanás 
N. S. M. V.        Non Suade Mihi Vana.             Não me aconselhes coisas vãs 
S. M. Q. L.        Sunt Mala Quae Libas.             É mau o que me ofereces 
I. V. B.               Ipse Venena Bibas.                  Bebe tu mesmo teu veneno



ORAÇÃO A SÃO BENTO:
"Ó glorioso Patriarca São Bento, que vos mostrastes sempre compassivo com os necessitados, fazei que também nós, recorrendo à vossa poderosa intercessão, obtenhamos auxílio em todas as nossas aflições, que nas famílias reine a paz e a tranquilidade; que se afastem de nós todas as desgraças tanto corporais como espirituais, especialmente o mal do pecado. Alcançai do Senhor a graça (fazer o pedido) que vos suplicamos; finalmente, vos pedimos que ao térnimo de nossa vida terrestre possamos ir louvar a Deus convosco no Paraíso. Amém."



Fontes:

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Outonos e primaveras...

Primavera é tempo de ressurreição. A vida cumpre o ofício de florescer ao seu tempo. O que hoje está revestido de cores precisou passar pelo silêncio das sombras. A vida não é por acaso. Ela é fruto do processo que a encaminha sem pressa e sem atropelos a um destino que não finda, porque é ciclo que a faz continuar em insondáveis movimentos de vida e morte. O florido sobre a terra não é acontecimento sem precedências. Antes da flor, a morte da semente, o suspiro dissonante de quem se desprende do que é para ser revestido de outras grandezas. O que hoje vejo e reconheço belo é apenas uma parte do processo. O que eu não pude ver é o que sustenta a beleza.
A arte de morrer em silêncio é atributo que pertence às sementes. A dureza do chão não permite que os nossos olhos alcancem o acontecimento. Antes de ser flor, a primavera é chão escuro de sombras, vida se entregando ao dialético movimento de uma morte anunciada, cumprida em partes.
A primavera só pode ser o que é porque o outono a embalou em seus braços. Outono é o tempo em que as sementes deitam sobre a terra seus destinos de fecundidade. É o tempo em que à morte se entregam, esperançosas de ressurreição. Outono é a maternidade das floradas, dos cantos das cigarras e dos assobios dos ventos. Outono é a preparação das aquarelas, dos trabalhos silenciosos que não causam alardes, mas que, mais tarde, serão fundamentais para o sustento da beleza que há de vir.
São as estações do tempo. São as estações da vida.
Há em nossos dias uma infinidade de cenas que podemos reconhecer a partir da mística dos outonos e das primaveras. Também nós cumprimos em nossa carne humana os mesmos destinos. Destino de morrer em pequenas partes, mediante sacrifícios que nos fazem abraçar o silêncio das sombras...
Destino de florescer costurados em cores, alçados por alegrias que nos caem do céu, quando menos esperadas, anunciando que depois de outonos, a vida sempre nos reserva primaveras... 
Floresçamos.
Pe Fábio de Melo

sexta-feira, 24 de junho de 2011

“Eu sou o pão da vida.”

A Eucaristia é o mistério da fé. Junto com o batismo, crisma, a eucaristia faz parte dos sacramentos da iniciação cristã. A Eucaristia é o alimento da alma. É o próprio Corpo e Sangue de Jesus. O próprio Jesus disse que é o pão que desce do céu, o pão da vida eterna.

"Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, e tendo pronunciado a benção, o partiu e distribuiu a eles e disse: 'Tomem, isto é meu corpo'. Em seguida, tomou um cálice, agradeceu e deu a eles. E todos eles beberam. E Jesus lhes disse: 'Isto é meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos." Mc 14, 22-24


Ali está presente nosso Senhor Jesus, em verdadeira carne e verdadeiro sangue; Jesus se fez pequeno para estar em comunhão conosco, porque nos ama. Quantas vezes não damos valor a missa? Quantas vezes faltamos por preguiça? Temos sido muito relaxados. Alguns vão a missa, mas não participam, estão com a cabeça em outro lugar. Não damos o real valor a esse tesouro tão único, que é receber Jesus na Eucaristia.


"Naquele tempo, disse Jesus às multidões dos judeus: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.Os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?” Então Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim aquele que me recebe como alimento viverá por causa de mim. Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre." Jo 6, 51-58


Quando comungamos, Jesus está em nós, nos fortalecendo, nos renovando. Jesus está nos alimentando, nutrindo nossa alma. Da mesma forma que precisamos alimentar o corpo, precisamos alimentar a alma. É o próprio Senhor, não canso de repetir! Recebemos Seu corpo, que vem ser para nós remédio, cura, alimento e força. O Corpo e Sangue de Jesus nos sustenta.


"Nunca compreenderemos como o Senhor dá Seu corpo e sangue, na forma de pão e vinho. Será sempre um mistério da fé, mas o Senhor, sabendo disso, veio em auxílio da nossa fraqueza, da nossa incredulidade. É por isso que realizou prodígios; para que pudéssemos aceitar com mais facilidade; para que a nossa inteligência não ficasse no escuro. Por isso, Jesus andou sobre as águas, multiplicou os pães, apareceu aos apóstolos após a Sua ressurreição; tudo para que soubéssemos, que Ele tem o poder de realizar aquilo que realizou na Eucaristia." Mons. Jonas Abbib



"Irmãos: O cálice da bênção, o cálice que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é comunhão com o corpo de Cristo? Porque há um só pão, nós todos somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão." I Cor 10, 16s




"Creio, Senhor, que Tu estás presente na Eucaristia. É o Teu corpo, o Teu sangue, a Tua alma e divindade. É o Senhor vivo e ressuscitado que me vê, me acolhe, me ama e perdoa.
Senhor, não consigo tocar-Te, nem sentir-Te, mas sei que estás presente na hóstia consagrada e isso me basta.
Obrigado, Senhor, porque creio e quero crer ainda mais. Aumenta a minha fé, para que eu usufrua de todas as graças, que a Eucaristia me oferece.
Amém."